quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Educação na Antiguidade Grega: a paideia

Conheçamos um pouco da história da Antiguidade Grega através do resumo do texto de Maria Lúcia de Arruda Aranha (2006):

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e do Brasil. 3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2006 (p. 57-77)

RESUMO
O objetivo do texto Antiguidade grega: a paideia de Maria Lúcia de Arruda Aranha (2006) é mostrar a evolução da sociedade grega com ênfase na educação, na paideia e as contribuições para a educação atual. A autora mostra que na Grécia Antiga, nos tempos homéricos predominava a concepção mítica do mundo, em que a origem e as ações humanas eram influenciadas pelos deuses. Com as grandes transformações políticas e sociais, o surgimento dos primeiros filósofos e consequentemente, os questionamentos da realidade mítica, o ideal grego passa a ser democrático voltado para a formação do cidadão da pólis. Neste contexto, a paideia adquire a concepção de educação integral. De início a educação visava à formação militar, depois teve como foco a educação física e os esportes, para após, priorizar a literatura e a retórica. No período helenístico, paideia assume a definição de enciclopédia ou “educação geral” acentuada pelo projeto das sete artes liberais. A partir deste momento, inicia-se uma reflexão sobre o ideal da formação, onde o cidadão passa a elaborar a cultura da cidade, e é onde a palavra pedagogia adquire o conceito ampliado que designa toda teoria sobre a educação. Portanto, é observável que a Grécia trouxe várias contribuições para a educação destacando as dos sofistas, Sócrates, Platão, Isócrates e Aristóteles e que são aplicadas ainda hoje nas diversas práticas pedagógicas.


Palavras-chave: educação; paideia; formação. 

Resumo escrito por: Marcela Marinho de Oliveira em 2015

Aspectos da educação grega no filme "300"


Estudando um pouco da história da educação partindo do berço que é a Grécia Antiga e a partir da visualização do filme 300 pudemos associar vários aspectos educacionais da época presentes no filme.
300” um filme com direção de Zack Snyder e distribuído pela Warner Bros. Pictures foi lançado em 09 de novembro de 2006 nos Estados Unidos. O filme “300” retrata através de um narrador a resistência heroica de 300 homens espartanos liderados por seu rei Leônidas contra o poder e devastação do império persa, já que as outras cidades-estados se recusaram a entrar no conflito. O exército de Xerxes, rei da Pérsia, contava com um incalculável número de combatentes contra os espartanos, mesmo assim, os 300 e outros gregos que se juntaram a eles combatem bravamente e inteligentemente os persas. Os 300 guerreiros tinham a vantagem por serem profissionais, pois, desde os sete anos de idade receberam treinamento para serem os melhores de toda Grécia. Também por sua posição geográfica, pois se agruparam no desfiladeiro chamado Termópilas encurralando os persas, e só nos primeiros dias de combate empilharam milhares deles. Mas, Elfiates, um espartano deformado fisicamente a quem Leônidas negou participar do seu exército, revoltado, revelou a Xerxes uma passagem que contornava o desfiladeiro, acabando assim, com a vantagem do exército de Leônidas que foi cercado e morto pelos persas. Contudo, antes da batalha final, Leônidas envia um de seus soldados para retornar a Esparta com o objetivo de divulgar os feitos heroicos de seus homens, que defendeu não só sua cidade, mas toda a Grécia que havia se recusado a enviar seus homens para enfrentarem Xerxes.
Observamos que o filme retrata muito da Educação Espartana e da cultura grega de forma geral. Nas primeiras cenas do filme, o rei Leônidas foi levado aos sete anos de idade para se tornar o “guerreiro belo e bom” para defender os exércitos espartanos. Em Esparta, a educação era baseada no militarismo. As crianças eram levadas de suas famílias para receberem a educação pública e obrigatória promovida pelo Estado com o objetivo futuro de servir a sua nação. Era uma educação severa, valorizando a obediência, a aceitação dos castigos e torturas, passando fome, frio, enfrentando os perigos e testes de sobrevivência num treinamento de muitos anos, como se pôde perceber na figura do rei Leônidas. Tanto que os espartanos não tinham profissões, todos eram guerreiros.
Ainda neste ponto da formação do guerreiro, percebemos que este deveria atingir o grau de perfeição, de corpos perfeitos como mostra a imagem do guerreiro forte, musculoso, saudável, e, aqueles que não atendessem a estes requisitos não poderiam ser soldados espartanos. Tanto que os pais eram orientados para abandonarem as crianças deficientes ou frágeis. Inclusive o próprio rei Leônidas foi examinado por seus pais ao nascer, em um precipício que provavelmente seria jogado se não fosse perfeito. Como prova disto, vimos na cena em que aparece um homem deficiente físico, o Elfiates, que gostaria de lutar com Leônidas, mas este o recusou por não responder aos requisitos estabelecidos e por suas próprias restrições físicas. Revelando assim, o ideal de perfeição grego.
Outro ponto importante na história do filme é a valorização da escrita historiográfica, a preocupação que havia na documentação das batalhas e da própria história, onde o rei Leônidas encarrega um dos 300 para voltar para casa, documentar a batalha e disseminar para todos, os feitos heroicos dos 300 espartanos para que o mundo não se esquecesse de sua bravura, num relato de vitória, de honra e de glória dos 300 que defenderam Esparta e a Grécia até morte. Isto mostra o quão foi importante esta preocupação, pois, foi a partir desta documentação que hoje temos os relatos desta história. Em contraposição, o rei persa Xerxes, disse que “todo pergaminho, todo historiador ou escriba serão queimados para que ninguém conheça a glória de Esparta”.
Na época retratada no filme, observamos ainda a predominância dos mitos, do misticismo. A Grécia como fonte mítica se revela em vários momentos no filme, como: nas figuras dos Éforos, sacerdotes dos antigos deuses, onde não se poderia ir a nenhuma guerra sem a benção destes sacerdotes; a figura do oráculo revelada numa imagem de uma bela mulher em semelhança com as deusas gregas em toda sua perfeição; a atribuição a Zeus da tempestade que destruiu uma frota do exército persa “rasgando os céus”; e o exército persa nas figuras dos “imortais”, verdadeiros monstros que serviam aos persas há 500 anos. Também há um diálogo em que o narrador diz que os espartanos eram descendentes do próprio Hércules, figura de um semideus muito importante na mitologia grega, representado, sobretudo, pela figura de Leônidas.
Em Esparta a mulher tinha voz. Percebemos através da rainha, esposa de Leônidas, que as mulheres também tinham poder de decisão, demonstrado logo na visita do mensageiro de Xerxes, em que este a desrespeita e ela diz que “só as espartanas dão à luz a homens de verdade” e o respeito do rei ao olhar para ela, procurando sua confirmação antes de jogar o mensageiro no poço. Sua voz pôde ser ouvida numa assembleia, onde falou com eloquência e demonstrou domínio da oratória, inclusive matando um traidor de Esparta com toda a autoridade.
Importante observar as diferenças entre espartanos e gregos. Os espartanos consideravam os gregos como soldados amadores que não sabiam lutar, já que muitos se uniram a Leônidas em batalha, mas ao ver que a guerra estaria perdida foram embora. Contudo, mais tarde à morte dos 300, o exército espartano lidera 30 mil soldados gregos na luta contra o misticismo e tirania de Xerxes.

O filme adquire um caráter histórico e cultural muito significativo, pois, retrata a história de Esparta e da Grécia, abrangendo diversos pontos como a Educação, a cultura da formação militar, a guerra dos gregos e persas. A partir de uma visão crítica da época, pude perceber o quanto algumas coisas foram importantes, como a historiografia, o importante processo que consiste em resguardar a nossa história e transmitir para futuras gerações. Bem como, que a Educação ao longo do tempo e de acordo com suas culturas cumpre um propósito para o bem da sociedade, sempre com o objetivo de transformá-la ou conduzi-la de determinada maneira, como no caso dos espartanos. Mostra a evolução educacional com o fim de atingir seus objetivos em determinada época e cultura.
REFERÊNCIA:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e do Brasil. 3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2006.

Texto escrito por: Marcela Marinho de Oliveira em 2015
Ainda falando em Pedagogia Social...Conheçam o trabalho de COLODETE, PAIVA e PINEL (2012)

COLODETE, Paulo Roque. PAIVA, Jacyara Silva de. PINEL, Hiran. Pedagogia social: definições, formação, espaços de trabalho, grandes nomes e epistemologias. Conhecimento em destaque-Revista eletrônica, Serra, ES, v.01, n.02, jul. dez. 2012.

RESUMO:
O presente texto tem por objetivo apresentar a Pedagogia Social em suas definições, formação, espaços de trabalho, os grandes nomes e as epistemologias. A partir de algumas definições de Pedagogia Social, o autor mostra que esta é um saberfazer que vem sendo estudado recentemente e se diferencia pelo campo de atuação. A Pedagogia Social ou o educador social atua em ambientes desestruturados seja de rua, familiar, social com o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas por meio de estratégias que refletem nos mecanismos dos serviços sociais, políticas educativas e sociais, na luta pelos direitos essenciais desses cidadãos marginalizados na sociedade. A Pedagogia Social é então, uma ciência prática, propondo-se ser uma forma pedagógica e educacional caracterizada por um trabalho social de ajuda. No Brasil, a formação do pedagogo social existe em cursos de pós-graduação de lato sensu e poucas vezes nos cursos de graduação. Essa formação é necessária devida a amplitude dos espaços de trabalho do educador social. Envolve uma série de especialidades como: atenção à infância, à adolescência e à juventude; atenção à família com necessidades existenciais, à terceira idade, aos deficientes físicos, sensoriais e psíquicos; Pedagogia Hospitalar; prevenção e tratamento de toxicomanias e alcoolismo; prevenção da delinquência juvenil; atenção a grupos marginalizados; promoção e condição social da mulher; educação de adultos e animação sociocultural. Conforme Quintana (1988) a Pedagogia Social apresenta duplo objeto: a socialização do indivíduo e o Trabalho Social. Destaca-se neste contexto, a importância de três autores principais considerados fundadores e grandes contribuintes para a Pedagogia Social: Korczak, Natorp e Freire.  A partir da realidade vivida pelos sujeitos afetados pela sociedade é que as atividades enfocando as capacidades das pessoas serão desenvolvidas pelo educador social, com propostas interventivas e que objetivem a modificação desta realidade, transformando o contexto, em que os cidadãos passam a lutar e viver de modo democrático.

Palavras-chave: Pedagogia Social; educador social; sociedade; realidade.
Resumo escrito por: Marcela Marinho de Oliveira em 2015 

Recentemente na disciplina de Tópicos Especiais na graduação em Pedagogia, refletimos um pouco sobre a Pedagogia Social e a formação e atuação do Educador Social nos mais variados ambientes.
A partir disso, observamos o quanto a nossa sociedade necessita destes profissionais que ainda estão em formação.

O texto a seguir foi redigido com base nos textos de Evelcy Monteiro Machado em seu trabalho Pedagogia Social no Brasil: políticas, teorias e práticas em construção (2009) e de Geraldo Caliman no escrito Pedagogia Social: seu potencial crítico e transformador (2010):

PEDAGOGIA SOCIAL NO BRASIL

A Pedagogia Social é uma área de conhecimento que vem se disseminando cada vez mais em todo o mundo e que abrange os espaços escolares e não escolares, a partir do princípio da Educação em sua totalidade. No Brasil, a Pedagogia Social tem seu próprio ritmo tanto no campo teórico como no prático. No cenário brasileiro, a prática se impôs à teoria, ou seja, a área vem sendo organizada a partir deste início de século, observando-se as práticas desenvolvidas nos vários campos de atuação. Suas bases teóricas vêm sendo organizadas pela análise da própria prática que se consolida.
Contudo, ainda persiste o desconhecimento da área, notado inclusive por seus próprios trabalhadores, profissionais ou voluntários. Por isso, há a necessidade de reflexão sobre o espaço a margem da educação que ocorrem as intervenções socioeducativas no Brasil, a fim de superar a visão assistencialista predominante. Esse desconhecimento deve-se, em parte, a falta de formação de muitos profissionais atuantes.
Como a Pedagogia Social é ainda uma área em construção, muitos trabalhos e projetos são realizados por educadores sem formação específica, comprometendo assim, a qualidade dos resultados obtidos. Por isso, é essencial a formação inicial e continuada destes profissionais.
Quanto à formação, apesar de vagas restritas, no Brasil já se oferece cursos de extensão, especialização, mestrado e doutorado em várias partes do país, além de pesquisas na área. Na formação inicial, como no curso de Pedagogia, já se oferece disciplinas que trazem a reflexão no aluno sobre a educação não escolar. Nessa formação em nível superior, a área articula-se com a Pedagogia, a Psicologia e Assistência Social.
Quando falamos que a Pedagogia Social assume o princípio da Educação como direito, encontramos respaldo no artigo 205 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 onde a Educação é entendida como “direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988 apud MACHADO, 2009, p. 11381). Observamos também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 que a Educação abrange os processos formativos desenvolvidos nos diferentes espaços: “na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (BRASIL, 1996 apud MACHADO, 2009, p. 11381). No entanto, estes conceitos de educação ainda são fragmentados e para se garantir os direitos plenos à educação é fundamental avanços e mudanças nas políticas públicas educacionais.
 À educação foi creditada à possibilidade de mudanças no desenvolvimento dos países e no Brasil não foi diferente. E para que essa mudança aconteça o foco é a escola. Contudo, o sistema educativo de ensino tem muito a melhorar, pois pouco se avançou no sentido de abranger a totalidade da Educação. Ainda não é compreendido que à Educação não se restringe a escola e ao sistema escolar, mas há um imenso espaço: familiar, social, de trabalho, político, econômico e cultural, que “fora e além da escola existem diversas formas de educação igualmente significativas e influentes” (CALIMAN, 2010, p. 342).
A Educação vai além. É a formação do homem integral em todas as suas relações com a sociedade e suas intervenções. E a escola não abrange todas as necessidades educativas e fora do ambiente escolar, são necessidades socioeducativas que atingem todas as idades e estão relacionadas a diversas situações, fazendo-se necessário a atuação da Pedagogia Social através de seus pedagogos e Educadores Sociais.
Em suma, a Pedagogia Social vem atender a demanda de situações que a educação escolar não abrange. A própria escola, no relacionamento entre família e sociedade, requer atenção que por meio da educação formal não é possível. Portanto, é necessário o aprofundamento das discussões e pesquisas no campo teórico e prático para a consolidação da área e para que possa atender as necessidades da sociedade brasileira, bem como, o desenvolvimento de políticas públicas que possibilitem a formação inicial e continuada dos profissionais para uma atuação mais eficaz.
REFERÊNCIAS:

MACHADO, Evelcy Monteiro. Pedagogia Social no Brasil: políticas, teorias e práticas em construção. IX Congresso Nacional de Educação- EDUCERE; III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia. PUC: PR, 2009. Disponível em: http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/PAL010.pdf. Acesso em 07/07/15.

CALIMAN, Geraldo. Pedagogia Social: seu potencial crítico e transformador. Revista de CIÊNCIAS da EDUCAÇÃO - UNISAL - Americana/SP - Ano XII - Nº 23 - 2º Semestre/2010. Disponível em: http://sites.unicentro.br/wp/cursodepedagogia/files/2011/08/caliman-pedagogia-social-transformadora.pdf, acesso em 09/07/15.

Texto escrito por: Marcela Marinho de Oliveira em 2015