A ESCRAVA ISAURA E O VAMPIRO

 A ESCRAVA ISAURA E O VAMPIRO

A obra "A Escrava Isaura e o Vampiro" é uma adaptação da obra original de Bernardo de Guimarães do século XIX. Foi publicada em 2010 pelo então humorista e escritor Jovane Nunes. É uma obra recomendada para todos os públicos , pois apesar de conter elementos fantásticos que encanta os jovens, é muito divertido e tem sempre uma crítica muito interessante que nos faz pensar à respeito de nossa sociedade.

RESUMO:

          

            A fazenda em Campos de Goytacazes (RJ) é onde vivia Leôncio, filho de Leôncio Pai, este resolve o mandar a Europa para cursar Direito. Em um acidente Leôncio acaba parando na Romênia, onde conhece o Conde Drácula que o transforma em vampiro. Na fazenda, os pais de Leôncio morrem e Isaura tem que tomar conta da mesma.

            Na viagem de navio de volta para casa, Leôncio conhece o senador Pestana, que pretende abrir um hemonúcleo no Brasil, e este adora a ideia e quer ser sócio, mas Pestana não aceita. Ele então o mata para pegar a autorização e abrir o negócio sozinho. Mas não está com o senador, está com sua filha no continente, nisso foi perseguido no navio quando se percebeu a mordida no pescoço do senador, conseguiu fugir pulando ao mar e chegando as praias cariocas. Foi ao encontro de Malvina para roubar a autorização, mas não imaginava ele que ela estaria com a visita do Imperador Dom Pedro II com sua guarda real. Na conversa com o imperador, Leôncio descobre que a autorização só valia se Malvina se casasse, e é isto que acontece casam-se e vão para a fazenda. Chegando lá ao ver Isaura ambos se apaixonam por ela.

Na noite de núpcias, Leôncio morde Malvina. Após Leôncio pôr Belchior no tronco, Isaura o salva e fogem juntos, mas ele descobre que Malvina também foi e que fora ela que convidou Isaura para fugir numa declaração de amor. Leôncio vai então atrás dos três. Chegando ao local, Leôncio põe fogo na choupana, com Malvina e outros mortos dentro, pois Isaura e Belchior tinham saído para comprar pão. Leôncio os pega e leva-os para o tronco. Em uma tentativa de possuir Isaura ele a oferece a liberdade em troca de casar-se com ele, mas ela não aceita e ele com raiva diz que então ela se casará com Belchior.

No dia do casamento, aparece o Imperador acompanhado de Abraham Lincoln presidente dos EUA, onde na hora do sim, Lincoln intervêm e Leôncio furioso tenta atacar o imperador, no exato momento aparece um lobisomem, que era Lincoln, na luta leva um tiro dos soldados e foge e Leôncio quebra todos os dentes da frente, enquanto isso Isaura foge com o pai para Recife.

Leôncio fraco da luta fura Belchior, se recupera e ambos vão atrás de Isaura, no caminho faz um implante dentário. Isaura, por sua vez, em Recife fica sozinha, pois o pai é engolido por um tubarão, até encontrar Álvaro que imediatamente se apaixona por ela, e pede sua mão, mas como ela é escrava não pode casar-se, ele resolve comprá-la, mas antes disso Leôncio a encontra através de um anúncio no jornal posto por Leodenilda.

Em um sábado foi a inauguração da empresa do sangue, até o conde Drácula estava lá e Isaura foi a primeira a ser mordida. Quando Álvaro chega, mete alho em cima dos vampiros que ficam fracos e ver que aquela não era Isaura e sim Leodenilda. Os vampiros se recuperam e atacam Isaura e Álvaro, mas quando ia mordê-los aparece Deodoro da Fonseca cobrando Isaura, pois Leôncio a tinha trocado pelo cargo de presidente, eles travam uma batalha, mas Deodoro e seu exército saem perdedores, enquanto o sangue começa a ser coletado. Vó Ziquinha faz uma macumba e os orixás aparecem, mas em um deslize são derrotados. Agora surgem todas as pessoas que Leôncio havia matado, eram zumbis, diante desses monstros todos são recrutados para destruir aquele inimigo comum, que só queimados.

A história, porém, não tinha acabado Leôncio ainda queria Isaura que estava escondida. Álvaro, então quer se tornar um vampiro para assim poder enfrentar Leôncio de igual, e vai até o caixão dos dois vampiros enquanto eles dormem e tira o seu sangue. Álvaro no dia seguinte luta com Leôncio e Drácula, onde este sai ferido e Leôncio recebe uma estaca no peito e morre.

Álvaro e Isaura casam-se e termina esperando o primeiro filho.

ELEMENTOS FORMAIS PRESENTES NA NARRATIVA:

•      Capa: título e imagem;

•      Contracapa: apresentação do autor;

•      Abas: discurso de Bernardo Guimarães;

•      Primeiras páginas: ilustrações curiosas;

•      Capítulos: envolventes;

•      Começo: atraente para leitura;

•      Linguagem: nova e adaptada ao público;

•      Realismo: contextos da vida real;

•      Diálogo direto com o leitor.

ELEMENTOS CONTEXTUAIS DA NARRATIVA:

Encontramos na obra muitos elementos que fazem parte de nossa realidade atual, como:

•      Homossexualismo;

•      “Fome Zero” de Lula e Ronaldo fenômeno;

•      DSTs, Curriculum Vitae e BBB;

•      Relação a filmes ou atores como: “Rambo”, “Férias Frustradas em Las Vegas” e Bruce Lee.

•      Táxi, academia, desenho do pica-pau, disco de Wando, “Morango do Nordeste” de Lairton, padaria, Zero Cal, ônibus da Itapemirim;

•      Turismo, filmagem, Ortodontista, shopping, SAMU, TV, slogan “Brasil, um país de todos”;

•      Faz relação a algumas pessoas da vida política: Lula, Collor, Kubistchek, Sarney e Lobão, Jânio Quadros, Ahmadinejad, Partido Democrata (DEM), Lincoln (lobisomem), Hitler;

•      Futebol e travesti, habeas corpus, Receita Federal, Supremo Tribunal Federal, propinas policiais, tráfico de drogas, mendigos.

EFEITOS PROVOCADOS NA CRIANÇA/JOVEM:

Os (novos) elementos da narrativa fazem efeito sobre a criança/jovem e tem relação direta com a realidade. Provocando algumas reflexões, como:

•      Posição crítica a respeito de nossa realidade social e política;

•      Sobre a saúde, na relação da aparência de Belchior ao Tabagismo;

•      A ouvir coisas construtivas: crítica a música de Lairton dos teclados;

•      Conhecimento da escola literária: Romantismo;

•      Passividade do Brasil;

•      Desconstruir preconceitos ao homossexualismo;

•      Compreender e aceitar os sentimentos dos outros;

•      E não deixar que o poder lhe tome a cabeça.

FUNCIONALIDADE NO ENSINO-APRENDIZAGEM:

Além dos efeitos já expostos, o leitor/aluno pode e entra em contato com a obra original, pois apesar de elementos supernovos, a essência da obra continua a mesma, retratando a vida no tempo da escravidão e todos os problemas desta época, maldades e barbaridades contra os escravos.

É uma forma de introduzir o tema na sala de aula de uma maneira mais dinâmica, pois estarão fazendo sempre um paralelo.



REFERÊNCIAS:

NUNES, Jovane. A escrave Isaura e o Vampiro / por Bernardo de Guimarães; (adaptação). São Paulo: Lua de Papel, 2010. (Coleção clássicos fantásticos)